Translate

3 de novembro de 2016

Skype...a modernice de comunicar!

Hoje venho-vos falar de algo que provavelmente já aconteceu com alguns de vós.
Uma entrevista de trabalho via Skype.
Aconteceu comigo e sinceramente senti-me que nem a Maria Leal...confiante de que estaria a fazer um figurão, mas depois de abrir a boca só me apeteceu chorar.
Então ao meio dia em ponto lá eu em frente ao computador completamente maquilhada, com uma camisa formal e calças de pijama! Sim, leram bem...calças de pijama! Afinal já que a coisa se ia dar comigo sentada, a única coisa que estava á cista era só a minha cara, o meu cabelo e parte do meu tronco.
Antes disso, fiz duas ou três chamadas via Skype para o meu marido (o guerreiro e paciente) a fazer-lhe mil perguntas: "Que tal estou?", "Consegues-me ouvir?", "Ai a sala precisa de mais luz!"...e nesta última afirmação é que foram elas : "Mas não posso fazer mais nada, só se mudares de lugar e fores para a mesa de jantar!". Naquele momento, ele não percebeu a dimensão do que acabara de dizer. Há duas semanas atrás eu andei a personalizar a minha secretária com papel autocolante. Investi uma tarde inteira na remodelação da sala/escritório para não ter de andar na mesa de jantar...e depois ele disse-me isto. Fez-se silêncio!
Do outro lado da câmara, surge outra frase: "Amor acho que abusaste no blush, estás muito vermelha!". Não, não era o blush...era eu a conter a minha fúria, a sentir a adrenalina do meu rastilho  a subir pelas costas e a magicar de que forma é que eu o podia esfolar.
Ele veio á sala e eu disse-lhe: "Eu não vou para a mesa de jantar, não há luz suficiente manda a parede abaixo!". É claro que este foi o meu momento psicótico....afinal fazer janelas maiores era capaz de atrasar a minha entrevista em semanas e depois já não fazia sentido.
Depois do teste técnico de Skype e da minha resistência à pressão, lá chegou a hora da entrevista!
A falar Inglês que o meu diploma certifica ser um Inglês fluente!
Eu tremia e suava porque mesmo estando em casa, nestas coisas os nervos tomam conta de mim. Senti-me quase tentada a beber um moscatel, mas depois era capaz de começar a querer fazer amizade com a senhora e o que eu queria mesmo era um emprego e não uma amiga no Skype.
Ela inicia a entrevista, entrevista esssa que eu pensava ser uma videoconferência: "Hello Sónia, how are you?" . Oh you can turn off your webcam". E eu pensei.."Credo a maquilhagem está horrível...eu sabia!" Até que é a minha vez de falar e foi aí que salvei a minha vida, quando ia para abrir a minha boca e o meu cérebro já tinha pensado na seguinte resposta: "Very fine!". Very fine? Very Fine? Mas o que é isto? Quase dois anos a investir num curso de Inglês para depois me sair algo como "Very fine?" ...um moscatel teria feito milagres, pensei eu. Só que não. Domei a minha língua como quem doma um cão raivoso: "Calada já....menina má!" E a seguir lá saiu a resposta correta!
A entrevista decorria, a senhora falava muito bem inglês e eu percebia tudo aquilo que ela me dizia.
Quanto a mim, bom eu também falei bem até ao momento em que lhe disse que a experiência de trabalho se poderia tornar enriquecedora ..."enriching" . E eu enrolei a minha língua a dizer esta palavra de tal maneira que parecia que me estava a dar uma trombose.
A senhora do outro lado pergunta: "What's happening? Is everthing ok Sónia?".
E eu respondo: "Some technical problems with the sound". Tá bem abelha!
Rimos muito...depois a entrevista acabou...e espero até hoje uma resposta sentada na minha secretária pirosamente remodelada!





Sem comentários :